Fobias

 

O ser humano já nasce com medo a certos objectos, circunstâncias ou acontecimentos. Este é algo que é inato, não apreendido, que é partilhado com outros animais e que pode ser utilizado para nos defendermos de situações adversas.

Todos nós em diversas ocasiões sentimos medo. É através deste que o nosso organismo responde a determinados acontecimentos que são percepcionados como perigosos. Contudo, embora seja natural, quando o medo começa a interferir na nossa vida, condicionando excessivamente as nossas acções, deixa se ser um simples medo e passa a ser uma fobia.

Uma fobia pode ser definida como um medo irracional, exagerado e persistente, perante um objecto específico, um acontecimento ou uma situação.

É um medo excessivo a algo, que altera e interfere significativamente na nossa vida, no nosso quotidiano.

De um modo geral, entre os diversos tipos de fobias as mais comuns são as fobias específicas, que podem ser de vários tipos. Dentro destas destacam-se: a fobia aos animais (cobras, aranhas, lagartos), aos fenómenos naturais (alturas, trovões, relâmpagos), ao sangue, às injecções ou ferimentos.

 

Por outro lado, também é relevante salientar, a fobia aos espaços fechados ou abertos, a situações de interacção social, a contrair doenças, entre muitas outras.

 

Mais à frente, consulte informação acerca das fobias específicas e fobias sociais.

 

As fobias são muito comuns na população em geral sendo mais frequentes nas mulheres do que nos homens e, raramente provocam mal-estar ou deficiência suficientes para se tornarem clinicamente significativos. Só aquelas fobias que se tornam incapacitantes para a vida do individuo e que perturbam a sua adaptação ao meio onde está inserido é que devem ser alvo que atenção clínica e enquadradas no seio das perturbações de ansiedade (ver ansiedade).

 

Factores que podem estar na causa do aparecimento de Fobias:

  • Experiências negativas com um objecto ou situação no Passado - Por exemplo, uma pessoa que foi atacada brutalmente por um cão quando era pequenina, no futuro, tem mais probabilidade de vir a sofrer de uma fobia aanimais.
  • Aprendizagem social - Podemos aprender a ter medo de andar de avião seum amigo nos contou a sua desagradável experiência com aviões ou porque ficamos aterrados ao ouvir notícias sobre acidentes aéreos.
  • Influência familiar - Por vezes, os pais transmitem através do relato das suas experiências, os seus medos aos filhos. Por exemplo, se tiverem medo de injecções é muito possível que ao levarem o filho ao médico, ele desate a chorar, embora eles lhe digam que não é nada.Se vive num ambiente familiar onde lhe ensinam a ter medo de tudo e a não enfrentar as situações é provável que venha a desenvolver uma fobia a algo.
  • Processo de generalização - A partir de um medo específico a pessoa começa a generalizá-lo a todas a situações relacionados com esse medo. Por exemplo, uma pessoa que tem medo do pêlo de rato, pode ter medo do pêlo de todos os animais que apresentem uma pelagem semelhante, como os coelhos.

Sintomas prevalecentes:

 

As respostas que damos perante uma situação fóbica, podem ser analisadas a três níveis: cognitivo (o que pensamos?), fisiológico (o que sentimos?) e comportamental (o que fazemos?). Como tal, devemos ter em atenção os sinais que o nosso organismo emite, de acordo com estes três níveis.

 

Nível Cognitivo

Nível Fisiológico

Nível Comportamental

Achamos que vamos perder o controlo

Dificuldade em respirar

Escapamos das circunstâncias temidas

Achamos que vai acontecer-nos alguma coisa terrível

Boca seca

Evitamos todas as actividades que possam estar relacionadas com o objecto ou situação temida

Procuramos a forma mais rápida de fugir à situação ou ao objecto temido

Aumento da pulsão

 

 

Aumento da sudação

Naúseas

Tonturas

Sensação de desmaio

O Ciclo que mantém a Fobia

Quando uma pessoa se depara com uma situação ou um objecto que lhe causa medo, isto faz, com que o organismo responda ao estímulo externo com um aumento de ansiedade e mal-estar. Então, a pessoa tende a afastar-se do que lhe mete medo de modo a baixar a ansiedade que a está sentir; ao afastar-se irá baixar os níveis de ansiedade, e sentirá alívio e bem-estar.

Contudo, o sujeito aprendeu a evitar algo que lhe causou medo e ansiedade, comportamento que irá repetir em situações semelhantes. Deste modo, nunca enfrenta as situações de que tem medo, porque fugir ou evitá-las é muito mais fácil e produz-lhe uma satisfação de alívio mais rapidamente.
Estas condutas de evitamento são muitas vezes reforçadas pelos amigos ou familiares, facto que o leva a nunca enfrentar o seu medo.

 

Exemplo ilustrativo:

 

Uma mulher que tem medo de andar de carro mesmo em curtas distâncias e, isso afecta-lhe o seu quotidiano, porque o seu trabalho é longe de casa e tem de apanhar todos os dias autocarro. Esta pessoa só de entrar num automóvel começa a suar das mãos, o coração dispara, fica com a cara muito vermelha, e como tal, aprendeu que se não entrar, não se vai sentir nervosa. Deste modo, esta nunca entrará num carro, pois foge sempre há situação temida, não enfrentando a sua fobia. O seu marido com pena da esposa leva-a todos os dias ao trabalho, facto que reforça a conduta fóbica adoptada pela mulher.

 

 

Fobia Social

 

  A fobia social caracteriza-se por um medo intenso e persistente em resposta a situações sociais ou de desempenho, nas quais o embaraço possa ocorrer. Estas situações temidas são evitadas por ela ou são suportadas com uma ansiedade ou mal-estar tão intensos, que muitas vezes culminam no ataque de pânico.

Este medo interfere significativamente com a rotina diária da pessoa, com seu funcionamento ocupacional, social ou se a pessoa sentir um intenso mal-estar pode ter a fobia.

Embora muitas vezes, estas pessoas reconhecem que o seu medo é excessivo ou irracional, mas sentem que não conseguem controlá-lo.

A fobia social pode ser generalizada, quando o medo não é apenas a uma situação social específica (como, falar em público), mas relaciona-se com a maioria das situações sociais (por exemplo, iniciar ou manter conversas, marcar encontros, ir a festas, entre muitos outros). Qualquer tarefa que envolva a interacção social gera ansiedade.

 

 


Caixa de texto: •	Apresenta um índice de prevalência de 3 a 13% ao longo do ciclo de vida do indivíduo;  •	Ocupa o terceiro lugar das patologias mais comuns comparativamente a todos os transtornos mental;  •	A percentagem de indivíduos com fobia social pura, que será, oscilante entre os 19 e os 31 %, na população em geral, pois muitas vezes, esta vem associada a outras patologias.

 

Fobia especifica

Uma fobia específica é um medo excessivo e persistente desencadeado por determinada situação concreta ou objecto específico.

São as vulgarmente chamadas de fobias comuns, pois englobam as fobias aos animais (cobras, aranhas, lagartos), aos fenómenos naturais (alturas, trovões, relâmpagos), ao sangue, às injecções ou ferimentos, a determinadas situações (medo de andar de avião, pontes, espaços fechados), entre outros tipos.

Este medo provoca geralmente uma resposta ansiosa excessiva e irracional, pois a pessoa na presença do estímulo fóbico fica de tal forma ansiosa que pode mesmo vir a ter um ataque de pânico.

Isto interfere de forma significativa na vida da pessoa, que por vezes deixa de fazer determinadas tarefas devido ao seu medo. Isto é, a pessoa passa a evitar situações ou objectos que lhe causam mal-estar, chegando muitas vezes a ter medo do seu próprio medo.

 

 

 


Caixa de texto: •	A relação homens/mulheres com Fobias Específicas é de aproximadamente 2/1.  •	Apresenta um índice de prevalência de 7,2 a 11,3% ao longo do ciclo de vida do indivíduo;  •	Os primeiros sintomas de Fobia Específica ocorrem geralmente na infância ou na adolescência, podendo ocorrer mais cedo nas mulheres do que nos homens.  •	Estas constituem aproximadamente 15% do total de transtornos fóbicos seguidos em clínica.

 

Se tiver frequentemente um medo intenso de algum objecto ou situação, e isto está a interferir negativamente na sua vida, deve recorrer aos serviços de Psicologia do G.P.

 

Sendo que, toda a informação transmitida estritamente confidencial.

 

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