Dificuldades de Relacionamento e Dificuldades do Foro Sexual

 

Problemas do Casal

 

Os casais podem ter problemas, o que é natural. Se uma só pessoa já os tem ou pode ter, é lógico considerar que um casal também terá dificuldades. Estas dificuldades podem resultar de disfunções nas interacções entre os elementos que formam o casal e podem ser de vários níveis: comunicação desajustada, ciúmes, infidelidade, relações com os familiares, aparecimento de perturbações psicológicas, doenças, falta de amor, falta de interesses comuns, entre outros.

 

 

Comunicação desajustada entre o casal

 

Num relacionamento cada elemento deposita no outro sonhos, ilusões e expectativas que, de um modo geral, nunca comunicou. Mas o nosso parceiro não é nem deve converter-se num sonho; é uma realidade, uma pessoa que, como nós, tem os seus próprios desejos, necessidades, inquietações e preocupações... a única maneira de conhecer tudo isto é através da comunicação, valorizando as posições de ambos, na procura de um entendimento mútuo.

Para que a comunicação seja adequada há que ter em conta alguns aspectos, tais como:

  • Partir de uma premissa de respeito mútuo, na qual exista uma igualdade entre os elementos da relação;
  • Verbalizar adequadamente sentimentos, desejos ou negações, sem ferir o outro;
  • Não utilizar insultos ou desqualificações;
  • Respeitar as opiniões do nosso parceiro, incluindo as que contrariam as nossas ideias;
  • Aceitar as renúncias do outro, aprendendo a ceder em benefício de ambos e elaborando acordos para que o prejudicado não seja sempre o mesmo;
  • Não estar sempre a “lavar roupa suja”, comunicando o que nos magoou na altura em que aconteceu;
  • Não utilizar mais o castigo do que o prémio, reforçando os comportamentos positivos e os esforços da pessoa, ao invés de se centrar exclusivamente na repreensão de comportamentos negativos.

 

Os ciúmes

 

Para algumas relações o ciúme é bem aceite, e torna-se numa expressão de querer possuir exclusivamente a pessoa amada. No entanto, uma dose elevada de ciúmes que se prolongue no tempo deixa de ser aceite socialmente e além disso pode afectar o funcionamento do casal. Em primeiro lugar pode levar à desconfiança sem motivo aparente ou por pequenas coisas. Deixamos de acreditar no outro e a dúvida instala-se de forma constante. Comportamo-nos como um polícia, fazendo extensos interrogatórios, sem acreditar em nenhuma das respostas. Estes comportamentos provocam um afastamento do casal e a comunicação deteriora-se.

Se este é o seu caso, apoie-se numa comunicação eficaz, admitindo os ciúmes que sente e expondo-os ao parceiro. Se por outro lado é vítima de ciúmes exagerados em que o amor cedeu ao medo, decida-se a procurar apoio de que precisa para enfrentar esta dificuldade e acima de tudo não se sinta culpado. Lembre-se de que provavelmente o seu parceiro necessita de uma atenção profissional especializada.

 

Relações com os familiares

 

Não é raro que os problemas conjugais estejam relacionados com o tipo de contacto que os seus elementos mantém com a família de origem. Muitas vezes um dos elementos do casal queixa-se de que o seu cônjuge passa mais tempo com a família, que nunca foi admitido na família do outro, que a família quer controlar a relação, entre outros. Todos estes problemas se podem resolver se existir no casal confiança, comunicação, respeito e amor. Com estes ingredientes, os conflitos originados pelas respectivas famílias podem resolver-se, entre outras coisas porque o casal está unido e sabe preservar a sua intimidade, tem os seus próprios critérios e faz sempre o que lhe parece mais adequado.

 

 

Aparecimento de Perturbações Psicológicas

 

Por vezes podem surgir mudanças na relação do casal ou no comportamento do companheiro que podem estar relacionadas com o aparecimento de perturbações psicológicas, tais como depressão, ansiedade, fobias, entre outras. A diversidade das perturbações psicológicas determina os comportamentos que podemos ter quando surge um problema deste tipo. A intervenção de um profissional pode tornar-se imprescindível para orientar o nosso comportamento.

 

 

Aparecimento de doenças  

 

Quando um dos elementos do casal contrai uma doença, é possível que se verifiquem uma série de alterações devido aos cuidados a tomar e aos sintomas que a pessoa sente. Como no ponto anterior, a atitude a tomar perante a doença dependerá de muitos factores. Neste caso, também a ajuda de um profissional poderá ser de grande utilidade.

 

Falta de amor  

Por vezes após algum tempo de relação, o casal apercebe-se das falhas um do outro e das incompatibilidades, o que pode levar à transformação dos sentimentos iniciais. É possível que o amor desapareça ou se transforme noutros sentimentos. O amor não é uma coisa concreta e que se meça, pelo que não é fácil falar dele de uma forma científica. Mas muitas pessoas dizem que os seus sentimentos mudaram, que já não sentem o mesmo. Nas rupturas ou separações, a explicação habitual é a falta de amor. Isto pode apanhar-nos de surpresa, mas algumas ideias devem estar presentes para que não se fuja à realidade:

  • O facto da relação fracassar não implica que seja um inútil ou uma pessoa incapaz de amar;
  • Pode aceitar, mas não deve aguentar certo tipo de situações apenas por compaixão ou medo;
  • Uma relação conjugal não acaba com a solidão. Se houver desinvestimento nas relações de amizade pode sentir-se igualmente só. Por outro lado, não use o medo da solidão para atrasar uma ruptura amorosa inevitável;
  • A relação deve começar por fazê-lo feliz a si, não aos seus amigos, pais ou quaisquer outros. A única maneira de fazer os outros felizes é sentir-se bem com aquilo que faz, pensa e sente.

Falta de interesses comuns

O casal deve basear a sua relação num projecto comum e em interesses afins, porque isso contribuirá para o seu fortalecimento. Quando não existe nada que se possa partilhar, o casal não pode gozar momentos que sejam satisfatórios para ambos.

 

 

Disfunções Sexuais 

 

As disfunções sexuais dizem respeito a qualquer alteração no funcionamento sexual e podem estar relacionadas com o desejo, excitação, orgasmo entre outras. Estes problemas podem surgir isoladamente, em qualquer momento da vida, pois a resposta sexual é sensível aos estados fisiológicos e/ou emocionais da pessoa. Quando surgem de forma isolada, geralmente não sugerem uma disfunção sexual. Para uma situação deste género possa ser considerada uma disfunção, é necessário que estes problemas surjam com frequência durante um certo período de tempo. As disfunções sexuais mais frequentes são:

  • Desejo sexual inibido: pode aparecer tanto no homem como na mulher e caracteriza-se por uma redução na motivação para realizar qualquer comportamento sexual (incluindo fantasias eróticas ou sexuais). As relações sexuais podem ser satisfatórias, apesar de não haver vontade para as iniciar.
  • Desejo sexual hiperactivo: o desejo ou o comportamento sexual ocorre com excessiva frequência. Este comportamento pode ser considerado excessivo quando há uma clara interferência com as actividades quotidianas e produtividade da pessoa ou do casal.
  • Inibição da excitação sexual feminina: esta perturbação está frequentemente associada à inibição do desejo sexual e é associada a alguma deficiência das hormonas sexuais (por exemplo, durante a menopausa).Caracteriza-se essencialmente por uma diminuição ou ausência de lubrificação vaginal.
  • Disfunção eréctil: habitualmente conhecida como impotência, manifesta-se pela impossibilidade de conseguir uma erecção e/ou mantê-la até chegar ao orgasmo, apesar da estimulação ser adequada. Está geralmente associada à ansiedade de performance, em que o homem sente-se pressionado a corresponder sexualmente às suas exigências ou as do parceiro. Por se tratar de uma resposta involuntária, o que geralmente sucede é que o facto de querer controlar a erecção provoca o efeito contrário. Os episódios isolados não são indicadores da existência desta disfunção.
  • Ejaculação precoce: corresponde a uma incapacidade de controlar o momento da ejaculação por parte do homem e surge quando o indivíduo ejacula antes da penetração ou imediatamente após a sua introdução.
  • Ejaculação retardada: após a uma excitação adequada, o homem demora um tempo excessivo para ejacular.
  • Ausência de ejaculação: esta disfunção é pouco frequente e caracteriza-se pela ausência de ejaculação apesar de uma adequada excitação sexual.
  • Orgasmo precoce na mulher: uma vez que as mulheres conseguem manter facilmente o interesse e a excitação sexual, o alcance do orgasmo de forma precoce, não costuma constituir um problema para ela. Mas quando o interesse e excitação sexual diminui após o alcance do orgasmo o coito poderá tornar-se doloroso.
  • Orgasmo retardado na mulher: caracteriza-se por um atraso excessivo na consecução do orgasmo, apesar da excitação ser adequada. Pode levar a que a mulher não atinja o orgasmo se a capacidade do homem para controlar a ejaculação não for muito boa
  • Ausência de orgasmo na mulher: o orgasmo não é atingido mesmo quando a excitação é adequada. Tanto esta disfunção como a anterior podem ser consideradas normais já que, para uma grande percentagem de mulheres, é mais difícil chegar ao orgasmo sem uma estimulação mais directa do clitóris.
  • Vaginismo: caracteriza-se por uma contracção espasmódica dos músculos da vagina, o que vai impedir a penetração ou torná-la dolorosa. Geralmente, estas mulheres associam o coito vaginal à dor.
  • Dispareunia: esta disfunção refere-se a qualquer tipo de dor experimentada pelo homem ou pela mulher durante o coito.
  • Aversão sexual: neste caso as relações sexuais são evitadas devido a um medo irracional associado às mesmas ou a algum factor relacionado (genitais, cheiro genital, entre outros).

Os problemas de casal podem afectar o desempenho sexual, assim como a harmonia do casal pode ser perturbada pela existência de uma disfunção sexual. Tanto estes problemas como outros podem afectar também a estabilidade emocional do indivíduo.

Se se identifica com alguma destas situações não hesite em pedir ajuda, o G.P. garante confidencialidade e um acompanhamento adequado na resolução deste tipo de situações.

 

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