O Gabinete de Psicologia (G.P.) da Universidade do Algarve

Consumo de substâncias

 

Drogas

 

As drogas são todas as substâncias que, introduzidas no organismo, podem produzir alterações no seu funcionamento. Nem todas as drogas produzem os mesmos efeitos. Estes dependem da natureza da droga, da quantidade consumida, do tempo de consumo, entre outros.

 

A importância do consumo de drogas não se centra só no efeito que o consumo destas substâncias têm a curto prazo. Num primeiro momento, cabe esperar que a droga tenha um efeito positivo para a pessoa que a consome, mas, quando este consumo se torna frequente, os efeitos transformam-se numa série de consequências negativas tanto para a saúde física como mental.

 

Experimentar uma droga não é necessariamente mau, contanto que o interesse fique por aí. O problema surge quando o uso da droga passa ao abuso. Nestes casos a pessoa vê-se obrigada a consumir maiores quantidades de droga para obter os efeitos das primeiras vezes. É a chamada tolerância, a necessidade de recorrer a quantidades crescentes da substância para alcançar o efeito desejado ou a intoxicação.

 

A pessoa que depende de drogas pode também experimentar a abstinência, que neste caso se trata de um conjunto de sintomas desagradáveis e incómodos que surgem em consequência da não ingestão de droga ou da ingestão de uma quantidade insuficiente, quando a pessoa consumiu durante um período prolongado. O quadro sintomático é muito variado, pois depende do tipo de substância, do tempo de consumo, etc..

 

Para que exista um problema de adicção não são necessários os anteriores critérios de tolerância e abstinência. Este problema existe quando a pessoa consome uma maior quantidade de substância do que a princípio desejava, tem a necessidade constante de a consumir, faz um grande esforço e perde muito tempo para conseguir ingerir a substância, tempo e dedicação que lhe fazem falta para outras actividades (sociais, profissionais, de lazer). Por outro lado, o consumidor de droga tem muito dificuldade em abandonar o seu comportamento apesar de conhecer as consequências negativas que pode ter, ou já tem, na sua saúde e no seu bem-estar.

 

Não esqueçamos que a maioria das dependências começa na adolescência, período em que a pessoa começa a definir a sua personalidade. O consumo de certas substâncias concede ao adolescente/jovem a oportunidade de pertencer a determinado grupo social o que lhe proporciona claros sinais de identidade. Esta factor também é determinante para explicar o motivo porque se mantém a conduta, pois, quando se tenta vencer o problema, pede-se ao drogado que abandone a maioria dos que foram seus amigos (de consumos), dos que lhe proporcionaram uma certa ideia de identidade. E isto nem sempre é fácil.

 

As drogas e a população

  • Entre os 18 e os 24 anos há uma forte probabilidade do consumo de substâncias, incluindo álcool. Os consumos que se iniciam por volta dos 13 anos (ou antes) indiciam forte probabilidade de dependência e policonsumo durante a vida adulta.
  • A dependência de substâncias pode aparecer em qualquer idade.
  • O abuso de drogas é mais frequente nos homens do que nas mulheres, embora a proporção varie em função da substância.

 

Factores que tornam a pessoa mais vulnerável ao consumo e dependência de drogas 

Existem vários factores que contribuem para o desenvolvimento deste problema, no entanto destacam-se três áreas principais:

  • Factores pessoais: destacam-se algumas características individuais como a impulsividade, o anticonvencionalismo, o controlo emocional deficitário e as dificuldades de relacionamento interpessoal. Por outro lado, identificou-se a rejeição das normas sociais na adolescência como uma causa determinante do consumo posterior.
  • Factores familiares: entre as mais significativas destacam-se a falta ou incapacidade de diálogo entre pais e filhos, os maus-tratos e o abandono, a falta de normas claras de convivência, problemas paternos com o alcoolismo, entre outros.
  • Factores sociais: a acessibilidade das drogas na nossa sociedade e a imagem distorcida da pessoa como ser humano que necessita de certas substâncias para se sentir bem ou para ter a aceitação social de que carece, influi no aparecimento e manutenção do problema.

 

Álcool

 

O consumo de álcool, apesar de ser socialmente admitido, quando é feito de forma intermitente ou continuada pode ser considerada um problema. Este problema pode levar a uma dependência tanto física como psicológica e afectar vários aspectos da vida da pessoa (familiares, profissionais, de saúde...).

 

Alguns aspectos referentes ao álcool que é importante ter em conta:

  • É um desinibidor do sistema nervoso central. Os seus efeitos imediatos permitem exprimir-mo-nos com mais liberdade e sermos mais espontâneos.
  • É um inibidor da resposta sexual. O álcool altera, entre outras funções a resposta sexual, o que pode gerar muitas insatisfações porque a pessoa que bebe atribui o seu fracasso às suas próprias características e não aos efeitos do álcool.
  • Interfere na nossa comunicação. Ajuda a exprimir-mo-nos com mais à-vontade, mas não com mais lucidez.

O alcoolismo na população

  • O abuso e a dependência do álcool é mais frequente nos homens do que nas mulheres;
  • As mulheres estão mais indefesas, dado a sua condição biológica, perante os efeitos do álcool;
  • O alcoolismo associa-se geralmente a um baixo nível sócio-económico e cultural e ao desemprego, embora não se distinga claramente se constitui causa ou efeito;
  • Os estudos na população demostram que o uso do álcool e do tabaco são um factor de risco para o consumo de outras drogas.

 

Factores que tornam a pessoa mais vulnerável ao consumo e dependência de álcool:

  • A insegurança. Se não confiamos em nós próprios, é mais provável que recorramos a determinadas substâncias para fazer frente aos nossos problemas;
  • A timidez. A dificuldade em iniciar ou manter uma conversa é uma importante causa de mal-estar. Não é fácil vencê-la e por vezes o álcool é, aparentemente, o único recurso disponível para o fazer;
  • A marginalização. Viver numa situação prolongada de marginalização em qualquer das suas manifestações (pobreza, desemprego, solidão...) é determinante para explicar a manutenção e muitas vezes o início de um problema de alcoolismo.

Características de um alcoólico:

A maioria de nós bebe ou há-de beber alguma vez e nem por isso nos consideramos, ou nos consideram, alcoólicos. Os critérios geralmente utilizados para determinar se existe ou nãop problema de alcoolismo são os seguintes:

  • Dependência física (se deixa de beber durante algum tempo aparecem sintomas característicos da abstinência, tais como insónias, tonturas, vómitos, ansiedade ou tremuras) e a dependência psicológica (conjunto de pensamentos que relacionam o bem-estar com a bebida);
  • Consumo de álcool de forma reiterada e em grandes quantidades;
  • Repercussões na vida quotidiana da pessoa, no seu trabalho, nas relações com os outros;
  • Incapacidade para abandonar o consumo.

Se considera que tem ou que poderá vir a ter um problema de consumo excessivo de álcool e/ou de drogas não hesite em procurar ajuda. O G.P. garante total confidencialidade e um acompanhamento adequado na resolução destes problemas.

 

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